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[OPINIÃO] Corona vírus e democracia

Foto do escritor: UAGESPUAGESP

(Por Prof. José Maria Nóbrega)


“Desde a época em que a democracia urbana foi concebida e praticada pela primeira vez na Grécia antiga, a humanidade levou mais de dois mil anos para inventar e estabelecer uma democracia viável em larga escala”. (Giovanni Sartori)




Estamos vivenciando um período delicado no mundo. O Corona vírus (COVID19) veio e deixou a todos perplexos pela sua capacidade letal. As populações mundo afora passaram a viver debaixo de ameaças de contágio e o pavor proporcionado pela grande mídia, pavor este corroborado pelas imagens de caixões empilhados. Deixou os governos, nacionais e subnacionais, sem saber muito o que fazer. Passado o tempo, as medidas de confinamento e decretos governamentais impedindo o acesso da população a certos espaços, fechamento do comércio “não essencial”, sem nem sequer explicar o que isso significa, passou a ordem do dia. Pior ainda, a opinião fora da “caixa de certezas” dos “especialistas” e da grande mídia foi ameaçada.


O que é democracia? Por muito tempo, a democracia foi vista como um valor universal, um dever ser, que deve conduzir os governos eleitos pelo povo. O povo, este conceito que cabe tudo, deveria ser o comandante das tomadas de decisão governamentais. Sabemos que isso não ocorre, que a democracia real é a democracia das elites eleitas e que o povo, muitas das vezes, não decide coisa alguma! Equilibrar a democracia como valor, do dever ser, com a democracia real, é algo muito difícil, mas que devemos exercitar.


O povo, como dito, é um conceito político-social complexo. Nele cabe as classes trabalhadoras, os empresários (pequenos e grandes), os autônomos, trabalhadores liberais, dentre outros. São as massas no sentido político do termo. As massas decidem eleições, mas não decide o que os políticos vão decidir no parlamento e nos gabinetes do poder executivo.


O COVID19 abriu espaço para decisões complicadas do ponto de vista da democracia liberal. Pois, nesse espaço decisões cerceadoras da liberdade individual suplantaram a racionalidade por sua radicalidade. Ora, não posso sair às ruas? Posso ser surpreendido por um agente do Estado me dando voz de prisão? Será mesmo que isso é democrático?


Fiquemos vigilantes!


Autor: José Maria Nóbrega

Professor Associado - UFCG/UAGESP



 
 
 

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