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O que aprendemos com a Colômbia?

  • Foto do escritor: UAGESP
    UAGESP
  • 11 de out. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 24 de out. de 2019

Por José Maria Pereira da Nóbrega Júnior – doutor em ciência política

Em matéria publicada em 2000 pela Revista Veja, essa era a realidade colombiana:

"Nosso vizinho mais violento atingiu um padrão de criminalidade sem precedentes, a ponto de 40% do território do país estar entregue a narcotraficantes, paramilitares e aos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), um fóssil venenoso da Guerra Fria. Como consequência desse processo de ocupação, estima-se que quase 2% da população – 800 mil pessoas – tenham abandonado o país nos últimos dez anos com medo da violência. Calcula-se que 1,5 milhão de camponeses fugiu da violência no campo para engrossar as favelas das grandes cidades. Um terço desse total está na capital, Bogotá. É o terceiro maior número de refugiados internos no mundo. Só perde para Angola e Sudão". (LORES, Raul J. [2000], “Na Colômbia o crime já venceu”. Veja, Edição 1.655, de 28 de junho de 2000).

Gráfico 1. Taxas de homicídios na Colômbia – 2000 a 2016

Fonte: Homicide Report (Banco Mundial).

Passados quase 20 anos, os dados demonstrados no gráfico 1 ilustram bem como a violência decresceu e como o crime foi arrefecido naquela Nação latino-americana. Na série histórica apresentada no referido gráfico, a queda nos números absolutos de homicídios foi de 53,2%, entre os anos 2000 e 2016, e de 61% nas taxas de homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes – que é a principal proxy de violência. A taxa em 2002 foi de 68,3 por 100 mil e, em 2016, caiu para 25,5, uma queda expressiva de 62,6%, o que equivale a uma média anual de 4,47% ao ano.

Medellín e Bogotá, principais cidades colombianas, aparecem como exemplo de controle do crime violento no mundo contemporâneo. Medellín, de terrível passado de violência resultado do domínio dos cartéis das drogas – que teve como principal expoente o internacionalmente conhecido Pablo Escobar – conseguiu reduzir as taxas de homicídios de 380 por 100 mil em 1991 – o recolhimento dos cadáveres nas ruas de Medellín eram feitos pelos carros do Exército, já que os veículos do instituto médico legal não davam conta – para uma taxa menor que a média nacional, em 2016, de 21 por 100 mil, uma queda em 25 anos de 94,4%.


Quais as causas para tão expressiva redução do crime violento na Colômbia?

Para ler mais, acesse:


As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade do autor, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista da Unidade Acadêmica de Gestão Pública (UAGESP). No entanto, sempre apoiamos a manifestação científica e política de todos os nossos docentes e discentes.

 
 
 

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